terça-feira, 6 de maio de 2025

Lady Gaga em Copacabana: O Teatro do Show Pop

 

🎭 Lady Gaga em Copacabana: O Teatro do
Show Pop


“A arte não precisa pedir desculpas. Ela precisa provocar.” — Lady Gaga (ou o que imaginamos que ela diria antes de abrir o ato 1)

Naquela noite quente em Copacabana, não vimos um show.
Vimos teatro.
E dos bons.

Lady Gaga encenou um épico moderno em três atos, com entrada triunfal aérea, monólogos melódicos e figurinos que contavam mais que mil palavras. O palco era o mar. A plateia, um milhão de atores coadjuvantes suados, emocionados e com 3G instável.


🎭 ATO 1: A Chegada da Heroína Trágica

Gaga não entrou. Ela foi invocada.
Apareceu vinda do céu, içada por drones, vestida como uma Iemanjá do futuro, banhada em LEDs e lantejoulas.
A primeira fala foi uma provocação:

“BRASIL, EU SOU VOCÊS. MAS COM A PERUCA MAIS CARA.”

Começava ali o maior monólogo coletivo do pop internacional. E não era sobre fama. Era sobre presença.


🎭 ATO 2: As Canções como Cenas

Cada música virou uma cena.
"Born This Way" virou uma fábula.
"Rain On Me" foi interpretada como uma carta de alforria emocional.
"Shallow" foi teatro físico: Gaga ajoelhada, molhada, gritando notas como quem lê uma carta de rompimento ao vivo.

Não era canto. Era atuação vocal.
Como se Brecht tivesse descoberto o autotune.


🎭 ATO 3: A Purpurina Trágica

O auge veio com um coro grego de bailarinos travestidos de criaturas mitológicas do carnaval.
Em sincronia, enquanto Gaga gritava “Free Woman”, um holograma de Elis Regina sorria no telão, como se dissesse: “sim, filha, isso também é música brasileira.”

No fim, Gaga subiu num barco iluminado e desapareceu no mar como uma Ofélia que decidiu flutuar com dignidade.


🎤 Conclusão: Gaga Dirigiu um Espetáculo Pós-Dramático com o Brasil Inteiro no Elenco

Aquilo não foi entretenimento.
Foi uma peça pop. Um espetáculo performático com roteiro, ritmo dramático, construção de personagem e, principalmente, uma tese sobre o poder do exagero como resistência artística.

Lady Gaga transformou Copacabana em um palco ritualístico, onde o Brasil, por algumas horas, se lembrou que arte também é delírio, excesso, riso, lágrima e luz estroboscópica.


🎟️ Se essa peça fosse um título teatral?

“GAGA: UMA TRAGÉDIA EM TRÊS HITS”
Ou talvez:
“A Invenção do Teatro Brasileiro em Copacabana”

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